Ele existe há muito, muito tempo.
Nós vivemos nos negando a olhar diretamente para ele; disfarçamos indo às missas, oferecendo banquetes, celebrando à vida, distribuindo abraços e sorrisos...
Estamos o tempo todo fingindo que do mau nada sabemos, que a respeito dele nada ouvimos;
Sussurramos aos nossos filhos que talvez ele nem exista de fato: "_Pode ter sido o vento, a má sorte, o acaso..."
Mesmo assim recitamos velhas cantigas, repetimos orações, nos prostramos diante das imagens — na tola esperança de que algum tributo seja capaz de aplacar a fúria, ou fazer com que o Terror desista do nosso sangue.
Só chamamos o pavor pelo seu nome quando num choque de realidade percebemos que de tão perto ele nos espreita.
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